Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda Gira,
a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
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2 comments:
A poesia n serve, nada mais nada menos, para transpor para a realidade algo que sentimos e pensamos... Podemos faze-lo anonimamente ou n, o que importa é o sentido real dos factos e aquilo que podemos provocar no leitor...
são lindas as palavras..
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